quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Rapadura: conheça a história dessa delícia que é tradição do Brasil.

Rapadura: conheça a história dessa delícia que é tradição do Brasil Conta-se que a fabricação da rapadura teve origem no século 16, nas Ilhas Canárias. Naquela época, o doce foi visto como uma solução prática para o transporte de alimento, já que é resistente a umidade. No Brasil, começaram a ser fabricadas no mesmo século, na época em que chegaram os primeiros engenhos. Também chamadas de raspadura, a guloseima ganhou esse nome por ter originado da raspas dos tachos em que se produzia o açúcar. Depois de moldadas em forma de tijolos, seguiam para a mesa dos escravos, se tornando alimento importante no cardápio dos negros. Famosa entre os nordestinos, a rapadura é para muitos a sobremesa preferida depois do almoço. O que muita gente não sabe, é que essa iguaria não foi criada no Brasil. Isso mesmo! A rapadura surgiu nas Ilhas Canárias, em um arquipélago espanhol, no século XVl. Logo depois, no século XVll, foi exportada para as Américas. A rapadura foi criada a partir da raspagem das camadas de açúcar que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar, então, era aquecida e colocada em formas semelhante às de tijolos. Uma solução prática de transporte de alimento em pequena quantidade para uso individual, que resistia durante meses às mudanças atmosféricas. Quando a rapadura chegou ao Brasil Chegou ao Brasil em 1532 e servia de alimento para os escravos por possuir muitos nutrientes. Nesta época, ainda não era fabricada para fins comerciais. Logo depois, se deu início à produção da rapadura nos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que eram pequenos e muito simples, com moendas de madeira movidas a água ou por cavalos e bois. Fabricação A cana é moída para extrair o caldo de cana, depois o líquido é colocado no tacho para ser fervido. Nesta etapa com a elevada temperatura do caldo, as impurezas vão para cima do tacho e são retiradas. O caldo é colocado em uma caixa de depósito, é fervido mais uma vez e se torna melado. RICA EM MINERAIS E VITAMINAS Em cada 100 gramas de rapadura são encontrados: MINERAIS Potássio — 10 a 13mg Cálcio — 40 a 100mg Magnésio — 70 a 90mg Fósforo — 20 a 90mg Sódio — 19 a 30mg Ferro — 10 a 13mg Manganês — 0,2 a 0,5mg Zinco — 0,2 a 0,4mg Flúor — 5,3 a 6,0mg Cobre — 0,1 a 0,9mg VITAMINAS A, Betacaroteno, B1, B2, B5, B6, C, D2, E, PP PROTEÍNAS 280mg Rapadura como aliada dos esportistas O alto teor calórico faz da rapadura uma aliada de quem precisa de energia para treinar ou praticar atividades físicas intensas. Adriana recomenda que atletas, principalmente os de alta resistência, incluam esse alimento como parte da alimentação. A maior motivação para inserir a rapadura na dieta é que ela fornece energia em grande quantidade. Porém, ela é muito mais benéfica que outros alimentos energéticos porque ainda tem vitaminas e minerais. A nutricionista compara esse alimento com a maltodextrina, suplemento muito comum entre atletas, mas que fornece apenas carboidratos. Mesmo com tantos benefícios, o consumo do doce não pode ser exagerado. Adriana comenta que por ter um alto índice glicêmico, o produto não é adequado para uso antes dos treinos pois pode provocar hipoglicemia de rebote, que é quando os níveis de açúcar no sangue se elevam e depois caem bruscamente. “O ideal é consumir a rapadura durante e após os treinos”, indica a especialista. Ela ainda menciona que é uma excelente opção para ciclistas e atletas que fazem treinos longos. É um alimento fácil de comer e ainda é barato. Rapadura no dia a dia Mesmo quem não é atleta de alta performance pode incluir esse doce no dia a dia. Ele é uma ótima substituição para o açúcar e outros adoçantes no preparo de sobremesas, sucos e outras receitas. A nutricionista afirma que preparar a rapadura com castanhas, coco e amendoim gera uma sobremesa ou lanchinho doce saboroso e nutritivo. Ainda assim, não deve ser consumida em excesso devido ao alto teor calórico. Mesmo oferecendo diversos benefícios, é preciso ter moderação. Rapadura é patenteada por empresa alemã http://www.globo.com/ A receita é antiga, da época do Brasil colônia. A rapadura foi criada para facilitar o transporte do açúcar para a Europa. O caldo da cana fervido em tachos de cobre e transformado em barras é um dos símbolos do nordeste. Até os turistas estrangeiros experimentam e gostam, mesmo sem conseguir falar o nome direito. Quase cinco séculos depois da invenção, a receita foi patenteada... Na Europa! A dona da marca "rapadura" é uma empresa alemã. O registro foi feito há 16 anos, mas o Itamaraty só ficou sabendo agora, alertado por uma brasileira que mora em Berlim. Na Alemanha a rapadura é vendida como açúcar mascavo triturado. Os donos de engenho do Ceará, que se preparavam para exportar, agora podem ser obrigados a pagar royalties. "O produto é nosso. A criação da cultura foi nossa. E nós não podemos criar uma cultura e entregar para outro país se beneficiar com ela", protesta o dono de engenho José Gonzaga. Em nota divulgada à imprensa, o Itamaraty disse que o registro contraria acordos internacionais sobre direitos de propriedade intelectual e que a embaixada do Brasil na Alemanha tenta convencer a empresa a abandonar voluntariamente a patente. Mesmo se a diplomacia não funcionar, o advogado Ricardo Bacelar acredita que o registro pode ser anulado: "Existem normas internacionais que impedem que esse tipo de registro seja feito. A rapadura, além de ser um uso e costume comercial, um produto brasileiro, ela faz parte também do patrimônio histórico e cultural brasileiro". Empresários de outros países já tentaram, outras vezes, patentear produtos tipicamente brasileiros. Foi o que aconteceu com o cupuaçu, em 2000, quando uma empresa do Japão quis registrar a marca. O governo japonês ouviu as reclamações dos produtores do Brasil e se recusou a fazer a patente. http://www.globo.com/